Primeiro Dia- 15/02/18- Head and Neck Cancers Symposium

 

No primeiro dia, infelizmente por problemas técnicos não conseguimos realizar vídeos, vamos ver se conseguimos corrigir isto para amanhã.

A maioria dos participantes deste simpósio era de rádio-oncologistas, e apenas 2% do público constituído por brasileiros (até onde contei éramos 3 pessoas).

 

 

 

Sessão Geral I- Tumores de Cavidade Oral

 

 

Nesta sessão tivemos três ótimas apresentações, sendo a primeira apresentada pela Dra. Jolie Ringash, do Hospital Princess Margaret, dissertando sobre como uma melhor radioterapia e terapias de suporte podem impactar a qualidade de vida dos pacientes.

A segunda apresentação foi feira pelo Dr. P. Daniel Knott, da University of California San Francisco, palestrando sobre diversas técnicas para reconstrução facial após exérese de tumores, e diversos retalhos que desenvolveu.

A terceira apresentação foi feita pelo brasileiro Professor Adjunto Associado do MD Anderson Cancer Center, o Dr. William N. William, dissertando sobre os estudos pré-clínicos que vem desenvolvendo sobre tratamentos pré-operatórios e de quimioprevenção em tumores de cabeça e pescoço.

 

Keynote I- Imunoterapia em Câncer de Cabeça e Pescoço

 

Apresentação extensa da Dr. Julie E. Bauman, da Universidade do Arizona a respeito do ciclo imune tumoral e do desenvolvimento de novas drogas para agir em cada fase deste ciclo.

 

 

Plenária

 

Um total de 7 ensaios foram apresentados.

 

Estudo CONDOR

 

Estudo Fase II multicêntrico a respeito do uso de imunoterapia com Durvalumab+ Tremelimumab vs Durvalumab vs Tremelimumab em segunda linha de tratamento, em pacientes possuidores de tumores de cabeça e pescoço com baixa expressão de PD-L1.

 

 

Monoterapia com Durvalumab demonstrou uma taxa de resposta de 9,2%. A combinação de Durvalumab+ Tremelimumab resultou em uma taxa de resposta objetiva de 7,8% (IC 95%: 3,78- 13,79%).

 

Estudo RTOG 3504

 

Estudo que avaliou a segurança de se utilizar nivolumab com rádio-quimioterapia em pacientes com câncer de cabeça e pescoço de células escamosas avançados.

 

 

Não ocorreram toxicidades limitantes em nenhum braço do estudo, sem prejuízo na administração da radioterapia. A maioria dos pacientes conseguiu receber cisplatina em doses maiores ou iguais a 200 mg/m2.

 

Deleções Somáticas Internas em Genes de Supressão Tumoral podem predizer a resposta a Anti-PD1/L1 em Câncer de Cabeça e Pescoço de Células Escamosas

 

Estudo do Instituto Dana-Farber correlacionou a carga de mutações em genes de supressão tumoral. Notaram relação desta carga de mutaçãoo com sobrevida em pacientes HPV/ EBV negativos. A maior taxa de mutaçãoo também se correlaciona com abundância de Linfócitos T CD8+, compreendendo um fenótipo efetor de memória.

 

Heterogeneidade Intra-tumoral pode ter Implicações na Terapia

 

Neste estudo da Universidade do Estado de Ohio foi criado um escore chamado MATH, que demonstra a heterogeneidade genética intratumoral.

Em uma análise retrospectiva de 438 pacientes com câncer de cabeça e pescoço, foi notado que os pacientes que tinham a maior sobrevida eram aqueles com um escore MATH baixo (pequena heterogeneidade genética intratumoral) submetidos a radioquimioterapia, enquanto a menor sobrevida foi vista naqueles pacientes com alto MATH, submetidos a cirurgia e que não receberam terapia adjuvante.

Talvez aqueles pacientes com alto MATH possam se beneficiar dfe radioterapia, mesmo quando considerações clínicas sugiram que a terapia adjuvante possa ser omitida.; talvez estes mesmos pacientes possam não se beneficiar da adição de quimioterapia. Isso ainda carece de confirmação em estudos prospectivos.

 

 

OPTIMA- Estudo Fase II

 

Ensaio fase II de descalonamento da radioterapia, conduzido pela Universidade de Chicago, no qual pacientes com câncer de orofaringe HPV+ estratificados em baixo e alto risco foram submetidos a quimioterapia de indução; a depender da resposta tumoral foram aleatorizados para receber diferentes doses de radioterapia (em esquema de administração duas vezes ao dia com frações de 1,5 Gy), associada ou não a quimioterapia concomitante (paclitaxel + 5-FU + Hidroxiureia). A maioria dos pacientes recebeu o esquema descalonado (45 Gy- 50 Gy), com volumes de radiação limitados, com excelente sobrevida e controle, com menor toxicidade.

 

    

 

LCCC 1413- Fase II da UNC/ UF de Descalonamento de Dose em Câncer de Orofaringe HPV+

 

Estudo de braço único reduzindo a dose de radioterapia para 60 Gy em 30 frações, e reduzindo a dose de quimioterapia para 6 doses semanais de 30 mg/m2, demonstrando um excelente controle local e sobrevida, com menor taxa de toxicidades.

 

  

 

MC1273- Relato de Toxicidade, Função de Deglutição e Qualidade de Vida de Estudo Fase II de Descalonamento de Tratamento em Câncer de Orofaringe HPV+

 

Estudo com redução importante da dose de radiação com um excelente controle local, com dados já apresentados na ASTRO 2017.

No evento detalharam dados de toxicidade e qualidade de vida, melhores que os alcançados com as doses usuais de radioterapia.

 

   

 

Sessão Geral II- Tonsilas e Base de Língua

 

Sessão também com três apresentações.

A primeira, feita por Jimmy Caudel, foi a respeito de desintensificação do tratamento com cirurgia, quimioterapia e radioterapia (diminuição de dose, diminuição de volume ou diminuição de toxicidades com prótons).

A segunda palestra, proferida pela Dra. Ranee Mehra da Johns Hopkins University, foi a respeito da quimioseleção para a escolha do cuidado definitivo dos tumores de orofaringe, com os bons respondedores sendo talvez elegíveis para desintensificação do tratamento.

A terceira palestra, realizada por Chad Zender, foi a respeito de cirurgia minimamente invasiva para tumores de orofaringe.

 

Sessão Geral III- Nasofaringe

 

            Iniciou com uma ótima apresentação da Dra. Nancy Lee do MSKCC, que discursou a respeito da importância da avaliação sérica do número de cópias circulantes do DNA do Vírus Epstein-Barr após o tratamento, e seu significado prognóstico, predizendo desfecho clínico de maneira mais eficaz que PET-CT. Por conta disto, está aberto o ensaio clínico NRG HN001, que tentará baseado nisto definir quem necessita ou não de quimioterapia após a radioquimioterapia.

            A segunda palestra foi realizada pelo Dr. Joseph Wee a respeito da quimioterapia nos tumores de nasofaringe, se deve ser realizada de maneira neoadjuvante ou adjuvante, e os novos ensaios com novas drogas que estão surgindo.

A terceira palestra foi a respeito do uso de radioterapia com Íons de Carbono nos tumores de nasofaringe, especialmente no cenário de recidiva, e dados sobre a experiência do grupo de Shanghai com esta abordagem.