O câncer caracteriza-se pelo crescimento descontrolado de células anormais no corpo, com isto ocorrendo quando há mutação nos genes da pessoa. Isto pode ocorrer quando há exposição a fatores ambientais (agentes químicos ou físicos), quando uma pessoa tem uma predisposição prévia, ou ainda como um evento aleatório.

Nas últimas décadas diversos tratamentos tornaram-se disponíveis para combater o câncer, incluindo aí a radioterapia, um método no qual radiações de alta energia (raios-X, elétrons, prótons, etc) são utilizadas para matar células cancerosas, podendo ser aplicadas no corpo do paciente de maneira externa (teleterapia) ou interna (braquiterapia). A radioterapia, dentro do processo de tratamento do paciente oncológico, desempenha um papel de suma importância no controle da doença, seja quando administrada de maneira radical (quando é o principal tratamento), de maneira concomitante (associada a outra terapia como quimioterapia), de maneira neoadjuvante (antes do tratamento principal), adjuvante (após o tratamento principal) ou paliativa (quando visa melhorar os sintomas do paciente).

Dentro das melhores práticas em saúde, como é realizado nos grandes centros dos EUA e Europa, é recomendado que após o término do tratamento o paciente mantenha seguimento clínico com toda equipe médica que o assistiu, isto é, o cirurgião, o oncologista clínico e o rádio-oncologista/radioterapeuta.

O seguimento clínico contínuo dos pacientes tratados com radiação pelo rádio-oncologista/ radioterapeuta é uma das marcas da especialidade desde 1959, quando foi estabelecida a primeira residência médica em radioterapia no Penrose Cancer Hospital, em Colorado Springs, EUA. A depender de como foi o curso de radioterapia e da doença do paciente, as consultas de seguimento podem começar poucos dias/semanas após a última sessão de radioterapia, ocorrendo até em intervalos maiores, como de 3 a 6 meses, por período de tempo a ser definido caso a caso.

São objetivos do seguimento clínico com o rádio-oncologista após o término do tratamento:

É importante o paciente ter em mente que apesar do tratamento ter terminado, os cuidados com ele não param junto com a última sessão de radioterapia. Monitorização multidisciplinar, manejo dos efeitos colaterais e adoção de medidas que diminuam as chances de recidiva são importantes na condução e cura dos pacientes com câncer.

Referências:

– Zemen EM, Schreiber EC, Tepper JE. Basics of radiation therapy. In: Niederhuber JE, Armitage JO, Doroshow JH, et al., eds. Abeloff’s Clinical Oncology. 5th ed. Philadelphia, PA: Elsevier Churchill Livingstone; 2013:chap 27.

– National Cancer Institute. Radiation therapy and you: support for people who have cancer. Available at: https://www.cancer.gov/cancertopics/coping/radiation-therapy-and-you.

– Zietman AL. The future of Radiation Oncology: The Evolution, Diversification, and Survival of the Specialty. Semin Radiat Oncol 2008; 18: 207-213

– Steinberg ML, Brickner TJ, Wallner PE, et al. The Responsability of the Radiation Oncologist in the Process of Care for Patients Undergoing Radiation Therapy. ASTRONews December 2000

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